sexta-feira, 22 de outubro de 2010

deixar,desistir
deixar desistir
deixar de existir
abandonar a existencia
deixar de interagir com a realidade por sentir-se agredido
mas ir pra onde?
nossa cultura e promiscua e mentirosa
a arte e baixa
a "realidade" e falsa
acreditamos que vivemos uma realidade que na verdade nao existe,e criacao nossa
criamos uma existencia surreal com valores abstratos
nao estamos em contato com nosso corpo organico,com nossos sentidos/extintos,nossas funcoes corporais
e criamos um sentimento surreal/abstrato:a perversao
e criamos a luxuria que e relativa a tudo:moral,alimentacao,comodismo,etc...
e avida?
o capitalismo transformou a vida em um comercio
tudo sao bens
a vida e uma eterna propaganda,ela e um comercio,um produto
um intervalo de televisao
que nos da a vontade/ilusao de trocar de canal ou desligar a tv
na modernidade,onde encontrar a vida?
a essencia da vida

terça-feira, 12 de outubro de 2010

o ser humano,o ser atual,moderno,ele nao vive o dia de hoje,nem o hoje,nem o amanha,nem o ontem,ele nao vive.
nao vive o hoje por que vive na expectativa do futuro.
mas viver a expectativa nao e viver o dia em si,entao ele nao vive nem o hoje nem o futuro.ele imagina que viver sem a expectativa nao e viver quando na verdade o nao viver e viver a expectativa.
tomemos por exemplo um homem que teve seu apice criativo/produtivo[vinte e poucos a trinta anos ou pouco mais]na decada de oitenta,cheio de expectativas quanto a oportunidades para o futuro.
ele vivia suas expectativas em uma epoca ultra-romantica[romantica no sentido lirico ou seja que fala de amor,tanto quanto no sentido de romantismo mesmo que diz respeito a sonhos,fantasias,ideais e esperancas,um olhar doce,quase ebrio]com varios destaques musicais[embora menos que nos anos setenta]com destaques cinematograficos,uma epoca quase encantada,cheia de referencias que se tornaram eternas.entao na decada seguinte ele percebe que sao feitas varias referencias aquela epoca na qual ele tambem viveu,mas se assusta ao nao reconhecer essas referencias[uma musica de 84 ou um filme de 88] e se questiona como nao viveu essa magia que agora e tao aclamada,ou seja para ele foi um tempo perdido.simples, e que ele nao estava aberto a receber as impressoes do seu tempo.desta mesma forma ele se perde em questionamentos e mais expectativas[as expectativas nunca acabam]em viver bem o futuro,que acaba nao vivendo tambem a epoca em que se encontra.e assim sucessivamente decada dois mil e etc...
sempre a expectativa de um futuro promissor[que nao vai se realizar],seja a nivel de posicao social ou a propria intensidade do momento[ha tambem os que acabam se perdendo em busca de viver a vida com toda intensidade].
desta forma eles nao podem mais viver o passado,em suas angustias,aflicoes e expectativas,nao vivem tambem o presente e vao acabar nao vivendo tambem o futuro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

na vida o obsesso observa
e nao vive
sua obsessao o absorve tanto que nao lhe sobra mais de si para viver
refugiado da realidade em sua ansia pelo objeto de desejo
mas o que o alimenta e a sua obsessao e nao o objeto
seu prazer e desejar ardentemente o objeto, e nao alcancar
condenado a desejar eternamente,por que so assim ele aprendeu a viver
na vida o obsesso observa e nao vive
se arrasta se consumindo,como uma cobra que fosse devorando a propria cauda
sem um objeto que atraia a sua obsessao,ele morre
amedrontado,aterrorizado,intimidado pela vida de verdade,pelo mundo que acontece
egoista demais para perceber o mundo que o cerca,ocupado demais para se apaixonar,
para viver por alguem,mesmo que seja o seu objeto de desejo
ele so e capaz de viver para si mesmo,
para si mesmo e para sua obsessao
uma bela epoca
epoca de sonhos
um resquicio de infancia
lugares que existiram nos meus sonhos
nao sonhos que se sonha dormindo
mas acordado
realidade impossivel
como posso dormir com o espirito assim excitado pela imaginacao?
como poderei fechar os olhos?
lugares ultra-romanticos
a alma vaga[se perde]sozinha nesses lugares no alvorecer
doce como musica
um refugio da realidade,uma embriagues,um delirio
um salto na tempestade
um sonho impossivel de personificar
que tambem pode morrer,acabar
pra dar lugar a novos sonhos
com toda a expectativa do novo
eu nao quero mais acordar
como e dificil abrir mao do lugar confortavel,doce!
a vontade e perder-se nele
como fosse ja um vislumbre dos ultimos dias
da morte
na realidade o que parece o paraiso tambem inclui dor
quaze e so dor
o paraiso de um e o inferno de outro