sexta-feira, 27 de agosto de 2010

eu nao cultuo mais a noite
meus idolos morreram com a ultima madrugada
eu nao cultuo mais a morte
minha vida renasceu com a ultima alvorada
minha casa agora e o dia
a noite meus olhos cansados eu fecho
e espero ansioso a luz do sol
eu nao amo mais a dor
estou tentando encontrar o caminho dentro do labirinto da minha mente
a chuva no ceu
as lagrimas no teu rosto
ambas caem quentes
ambas queimam meu coracao
e nesse dia chuvoso
tua voz chorosa eu ouco
e imploro teu perdao
ajoelhado beijo teus pes,depois enxugo tuas lagrimas
com um beijo silencio qualquer palavra
a chuva ainda persiste
pego na tua mao molhada
vamos correr para nos proteger do vento,
do granizo,vamos correr minha amada
essa noite o sol nao vai se por
as montanhas no horizonte continuaram na claridade
os predios,as casas,todas as edificacoes,as familias,as pessoas
vao ter tempo pra derramar mais uma lagrima,por causa dos seus campos que foram devastados pela imensidao da morte
e a tempestade com seus raios e trovoes ameacadores se aproxima

uma ponta de desespero entre luzes e cores

virgem acorda na peste
enlacado como um animal em barbaridades
o saber do consciente adormecido,tentando acordar
conflitos na europa,oriente e ocidente,america do sul
continua servindo,caido,derrubado
louvar pra se garantir,xingar e morrer
fugir,pular ate a luz
tentar alcancar e morrer so
perdido na fresta entre o espaco e a razao
no fundo do chao,abaixo das letras
sob o luxo da europa e dos estados unidos
na doce fantazia da propaganda

vomitando palavras

cintilantes gotas de sangue escorrem como chuva de um espirito drenado.na dor ,do constante retrocesso.acoitado no pescoco,osseo em sua dor,eterno no arrependimento.estrondoso na explosao de cores.vivas como sente a carne,como cerne avida,como imita a um cao,como vomita.vomita a propria carne.cospe o proprio punho,joga o proprio fel.traga aquilo de que ele e[ou nao e?]faminto.por que?aqui gritam as aves,.aqui gritam os liquidos.torcem as maos .retorcem a sua virilidade,na masculinidade,que esse ser talvaz desconheca mais finge que entende.
como algo que entender-se a si proprio,que engolir o mundo
que cuspir o prato que bebeu.
que sangrar a doenca que lesou.
que abrir mao do seu sangue,
de sua alma,
de sua vida,
mais nao,nunca,de suas palavras.
pois o ser nao dis as palavras
mais as palavras,essas sim,ditam o ser

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

vomitando injurias

eu me vi no abismo,sozinho

e eu caia fazia ja muito tempo

o meu proprio ser eu vomitaria pela garganta

e pensar que estive as portas da loucura

e pensar que comprei a passagem com destino ao nada e ao desesespero
e cheguei onde nao queria chegar
chequei a um reino onde nao ha nenhum soberano
conheci outra pessoa que nao era eu
me desesperei diante da morte incerta
permiti ao acaso dirigir meus passos rumo a lugar nenhum ou a destruicao
chorei sem verter lagrimas,vomitando minha vida em injurias.
no espelho,uma ilha suspensa
como nuvem.dentro da caixa
atraves da porta,um caminho,
num olhar
estradas que conduzem apenas para dentro da caixa,como fogo subindo rumo ao ceu
os olhos em brasa,fixados no quadro absurdo
eu morro dilacerado e renasco todos os dias e todas as noites,nesse paiz,na chuva no horizonte
pedestal extremo.morbido na alvorada de uma vida
provocado e ferido pelo consciente coletivo

muda

muda,ela muda
ela muda a maquiagem
muda a roupa
ela muda o tempo todo
na danca tambem muda
ela muda nada,muda em tudo
e mesmo que se fale,ainda muda
muda,por que mudar-se e bom
por que gritar doi
muda por que enxergar machuca,entristece
entao muda,ela muda a maquiagem
e se muda
mas ainda muda
sempre muda

domingo, 15 de agosto de 2010

o maldito

eu sou a tristeza profunda
o eterno inverno
a chuva que soa no telhado e te encerra em casa,sozinho
o paradoxo do poder
o verme que se arrasta a peste a imundice
o cancer da humanidade
vago pela claridade e calor de dias intensos de verao
me encerro em minha cova,onde me alimento de meu proprio cerebro,e me fortaleco
eu sou a loucura,a embriagues,a discordia nas discussoes mortais
eu sou a dor que persegue e castiga
os culpados,os pecadores,os condenados
eu sou o juiz na torre do julgamento,do juizo final
as maos do carrasco
me sintetizo no odio destruidor para levar aos povos a mensagem da intolerancia
na qual eu fui gerado
eu sou o inquisidor
eu sou a tristeza,o inverno,a dor,o odio,o antecessor da morte
todos me conhecem por maldito

a estatua sobre a montanha

a estatua sobre a montanha
esta la,tao alheia a tudo quanto um bloco de marmore pode ser
seu rosto frio nao expressa nada
pode chover,fazer calor,trovejar
que ela continua ali indiferente
a milhares de metros de altura
ela continua ali,um misterio para os visitantes
sem se importar com as dores e paixoes deste mundo
indiferente,faca chuva ou faca sol,se derrubam as florestas,se acontecem incestos,se infanticidios sao cometidos
ela sempre vai permanecer ali
nao chora,nem sorri
com os bracos cruzados em seu egoismo
mais o que ela pode fazer?
ela e so uma estatua
uma estatua sobre o alto da montanha
acima dos seres vivos,das arvores,dosmamiferos,dosa homens,de algumas aves
de onde eloa esta,pode se observar toda a extensao do valeas vilas,o mar,a vida acontecendo,a fumaca das queimadas
a se ela falasse!
mas ela nao chora,
e tambem nao sorri
como uma estatua
ela continua ali parada